terça-feira, 27 de agosto de 2013

MOCIDADE F.C.: O TRICOLOR DO ZAÍRA QUE NASCEU PARA VENCER. SÓ PARA VENCER!

                         O Mocidade Futebol Clube do Jardim Zaíra, em Mauá é uma das mais tradicionais equipes do futebol amador da região do ABC. Seu nome é uma homenagem à escola de samba carioca Mocidade Independente de Padre Miguel dado pelos fundadores Ademir Geremias Silva e Otaviano da Cunha quando a equipe tricolor do Zaíra foi fundada, em 01 de abril de 1970.
                        Atualmente a equipe disputa o campeonato mauaense da 1º divisão, competição que o Mocidade FC já conquistou em 3 oportunidades (1977, 1979 e 2001). Em sua extensa galeria de títulos e troféus, também constam o título do campeonato da 2º divisão em 1989, a Copa Amizade de 1997 e os diversos títulos dos veteranos e do cinqüentão, com destaque para o campeonato invicto conquistado pelos veteranos em 2008. A galeria de troféus da equipe tem mais de 298 peças.
                        O primeiro jogo do Mocidade foi contra o Congregação Mariano e o placar de 2x0 para o cobra coral já era um indício de que nascia ali um time predestinado às vitórias. O Mocidade jogou com Geraldinho, Cláudio Neri, Ezequiel, Pedro Luiz e Silvão; Garrinchinha, Otávio e Lula; Bilão, Natal e Geremias. O primeiro gol coube ao centroavante Natal, de cabeça.
                        A primeira diretoria da equipe, com seus fundadores, foi composta com os seguintes nomes e cargos: Felício Garcia, Presidente; Otaviano da Cunha, Vice-Presidente; Silvão, Tesoureiro; Nino, Secretário; Ademir Geremias Silva, Diretor Esportivo; Manoel Alves, Presidente do Conselho; Pata, Vice-Presidente do Conselho e Lula, Albino, Jessé e Rocão, Conselheiros.
                        Outra curiosidade relacionada ao Mocidade FC é que a equipe quase tornou-se profissional e que poderia ter disputado a 2º Divisão de Profissionais do Campeonato Paulista de 1978. O então prefeito Dorival Resende da Silva havia prometido que colocaria o Mocidade na disputa, uma vez que, em 1977, a equipe vinha de conquistas tanto no principal como nos aspirantes, sendo o mais forte time de Mauá na época. Mas tal promessa não se concretizou.
                        Mesmo com a negativa sobre a profissionalização da equipe, o tricolor do Jardim Zaíra continuou revelando seus talentos, muitos dos quais atuaram no futebol profissional, entre os quais podemos destacar o ex-volante Valter, que jogou no Paulista de Jundiaí, o ex-lateral Dirceu, que jogou no extinto Saad, de São Caetano, o Cáca, que jogou em Portugal e está na Alemanha e o zagueiro Bamba, que jogou no Grêmio Mauaense e no Oeste de Itápolis. Outro grande destaque foi o Coutinho, que foi da diretoria do Mocidade e jogou pelo União Bandeirante (PR), pelo Fluminense de Feira de Santana (BA) e encerrou carreira no Saad (SP). Outro importante atleta foi Cândido, que deu seus primeiros chutes como juvenil do Mocidade e depois brilhou com as camisas do Atlético Mineiro e do América de São José do Rio Preto, respectivamente.
PASSADO DE GLÓRIAS-FUTURO VENCEDOR
                        A história de conquistas do Mocidade FC tem sua  raiz na comunidade do jardim Zaíra, em Mauá. A relação da agremiação com o bairro vem desde sua fundação e ainda hoje é muito forte, conforme relata o atual presidente Evandro Fiorentini, o Picolé: “Naquele tempo se jogava pela várzea mesmo, você defendia o time de seu bairro, da sua comunidade, jogava para representar a vila”, destaca. “Quem não se lembra da famosa Maria Coquinha, a antiga torcedora-símbolo do Mocidade e das partidas em que reuníamos mais de 800, 1000 torcedores por jogo”, rememora Fiorentini.
                        O próprio Evandro Fiorentini foi jogador do time, quando em 1992 começou a jogar no Mocidade e relembra com muita emoção do passado e da sua relação com o time, que era parte da família. Seu pai, Ademir Fiorentini, foi presidente e incentivador de Evandro. “Adolescente que era, fui conhecer a vida, deixei meu saudoso pai, mas logo voltei e na beira do campo, lá no Vila Assis, fui ao vestiário, de cabelo comprido e recebi a camisa 2, joguei de lateral, fiz 2 gols, abracei calorosamente meu pai. Na outra semana cortei o cabelo, virei funcionário público, me reaproximei do meu pai e até hoje aqui estamos”, relata Evandro Fiorentini.
                        A sede social do Mocidade Futebol Clube está localizada na Rua Sebastião Antônio da Silva nº 51, no Jardim Zaíra, onde a tradicional agremiação esportiva de futebol amador guarda suas relíquias, vivas na memória de seus simpatizantes, muitos deles ex-jogadores, como o Sr. Bilão, que conta com muita alegria como era o Zaíra do passado, na época do surgimento do Mocidade. “O jardim Zaíra tinha muito mato e ruas de terra, que dificultava o acesso das pessoas para o fundo do bairro. O ponto final do ônibus ficava onde hoje está a sede do Juá, no bar do Zé Pimenta”, relembrou Bilão, declarando seu amor pelo bairro.
                        A realidade do Mocidade FC é a mesma da maioria de nossos clubes amadores da região, ou seja, vivendo da abnegação de seus dirigentes e da relação com sua comunidade. Conforme relata o presidente Evandro Fiorentini, “a gente realiza um pequeno trabalho social, uma vez que as dificuldades são muito grandes, faltando-nos espaço físico e estrutura financeira, mas realizamos arrecadação de alimentos que são distribuídos na comunidade e estamos voltando a trabalhar as categorias de base, com o sub 11, sub 13 e sub 15, além dos juniores, ou seja, trabalhando com os mais jovens e oferecendo a eles uma perspectiva de vida saudável e honesta”, avalia.
                        E assim segue o Mocidade FC, com sua tradição de revelar jogadores, com sua trajetória vencedora e repleta de glórias e conquistas e com sua profunda relação na comunidade do jardim Zaíra, que mesmo passados 43 anos de seu surgimento, continua com a mesma energia que o consagrou como uma das maiores equipes de futebol amador que a cidade de Mauá produziu. A mesma energia que há exatos 43 anos levou Seu Geremias e Seu Otaviano a elaborar uma lista para arrecadar os recursos necessários para a compra de 2 jogos de camisas, nas cores vermelho, preto e branco, 2 bolas, 4 pares de chuteiras e 26 pares de meias. O final de tudo: a lista arrecadou 67 cruzeiros, o valor do material esportivo foi de 265 cruzeiros e 43 anos depois, o sempre grande e glorioso Mocidade FC continua sua história.

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